A Convenção da ONU sobre Biodiversidade terminou nesta sexta-feira em Nagoya, no Japão, com novos acordos de proteção dos ecossistemas e um protocolo sobre recursos genéticos. Os representantes de 193 países que participaram da 10ª Conferência das Partes da Convenção sobre Biodiversidade (COP10) estabeleceram cotas de proteção de 17% das superfícies terrestres e 10% das marinhas, assim como se comprometeram a “adotar novas metas” de financiamento para 2012.
O encerramento da reunião de Nagoya estava previsto para sexta-feira, mas o estabelecimento de acordos se prolongou até a madrugada deste sábado, no horário local, devido às divergências entre os países desenvolvidos e emergentes.
O principal ponto foi a adoção de um protocolo sobre o uso e distribuição equitativa dos benefícios derivados dos recursos genéticos (ABS, na sigla em nglês).
Estes estão vinculados ao conhecimento que os povos indígenas têm sobre as plantas e microorganismos que se encontram em seus territórios e que são insumos essenciais para a elaboração de produtos farmacêuticos e cosméticos, entre outros.
A Venezuela manifestou sua oposição aos ABS por considerar que “expressam uma marcada tendência à mercatilização da biodiversidade” e não refletem uma verdadeira vigilância contra a “biopirataria”.
Cuba e Bolívia também manifestaram suas divergências em relação ao texto final, mas não se opuseram ao consenso.
O protocolo de Nagoya deverá entrar em vigor em 2020, mas o Brasil pediu que se antecipe “para uma data mais próxima, como 2015″.
O anfitrião da reunião, o ministro japonês do Meio Ambiente, Ryu Matsumoto, respondeu que esta proposta “será levada em conta”, sem dar maiores detalhes.
Também foi aprovada a redução em 50% da taxa de destruição dos habitats naturais para 2020 e é possível que a taxa de destruição se aproxime de 0%.
O último ponto debatido foi o do financiamento. Vários países esperavam montantes novos e maiores, mas o único compromisso adotado foi o de fixar metas para 2012, ano em que a conferência será realizada na Índia.
O documento sobre financiamento foi aprovado rapidamente por Matsumoto, até que a Bolívia protestou porque o ele recebeu sinal verde antes de seu discurso para incluir um texto sobre a geração de mecanismos financeiros inovadores.
Esse incidente induziu a representante da Bolívia a dizer que não poderia aceitar os três documentos.
A frase gerou novamente tensão entre os participantes, que já tinham sido testemunhas de uma divergência entre União Europeia (UE) e Cuba sobre os procedimentos para a aprovação de documentos.
A UE queria a aprovação do protocolo, do compromisso de financiamento e do plano estratégico em conjunto, enquanto Cuba, apoiada por Equador e Bolívia, solicitou que fossem debatidos separadamente.
Matsumoto, que tentou conciliar as posturas, propôs que primeiro se alcance o consenso destes três pilares da COP 10 e depois se vote em conjunto, de forma oficial.
“Obrigado pela sensatez, pelo grande esforço, pelo suor e pelas lágrimas. Sinto-me comovido”, disse o ministro do Japão ao término do encontro, país que comprometeu-se a destinar US$ 2 quatrilhões para o sucesso da COP 10.
http://www.gari.portoamazonas.net/boletimjapao.htm
18/10/2010
Segundo Ahmed Dhjoglaf, todos todos os paises que assumiram o compromisso de parar a perda da Biodiversidade na Terra ate 2010 falharam, o dano ja e irreversivel, vamos conversar nos proximos dias para vermos o que poderemos fazer no futuro, mas as noticias atuais sao muito ruins.
Na abertura da décima edição da Conferência das Partes sobre Biodiversidade (COP-10), o diretor do programa para meio ambiente das Nações Unidas (ONU), Achim Steiner, foi enfático ao afirmar que o homem está acabando com a vida na Terra. “Este é o único planeta no universo em que sabemos que existe vida como a nossa e estamos destruindo as bases que a sustentam”, alertou.
O encontro começou nesta segunda-feira em Nagoya, no Japão, e termina no dia 29 de outubro. Durante estas próximas duas semanas, representantes de 193 países + a comunidade Europeia, vão avaliar as metas de preservação ambiental assumidas para este ano e definir quais serão os próximos objetivos até 2020. O tom pessimista pôde ser observado ainda nos discursos de outras autoridades e especialistas da área ambiental, que chegaram a afirmar que o mundo ja está em uma fase de extinção ainda maior que no período em que os dinossauros desapareceram da Terra.
Para eles, a destruição da natureza tem afetado diretamente a sociedade e a economia. A ONU estima que a perda da biodiversidade custa ao mundo entre US$ 2 trilhões (R$ 3,2 trilhões) e US$ 5 trilhões (R$ 8 trilhões) por ano, principalmente nas partes mais pobres. “(O monge budista) Teitaro Suzuki disse que ”o problema da natureza é um problema da vida humana”. Hoje, infelizmente, a vida humana é um problema para a natureza”, disse o ministro do Meio Ambiente do Japão, Ryo Matsumoto.
“Temos de ter coragem de olhar nos olhos das nossas crianças e admitir que nós falhamos, individualmente e coletivamente, no cumprimento das metas prometidas no encontro de Johanesburgo (em 2002)”, completou o ministro. Matsumoto lembrou ainda que a perda da biodiversidade pode chegar a um ponto irreversível se não for freada a tempo. “Toda a vida na Terra existe graças aos benefícios da biodiversidade, na forma de terra fértil e água e ar limpos. Mas estamos agora próximos de perder o controle se não fizermos grandes esforços para conservar a biodiversidade”, disse.
Sinais de esperança
Jane Smart, chefe do programa de espécies da União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN, na sigla em inglês), disse que, apesar do problema ser grande e complexo, existem alguns sinais de esperança. “A boa notícia é que quando nós promovemos a conservação, ela realmente funciona; gradativamente estamos descobrindo o que fazer, e quando nós fazemos, as coisas dão muito certo”, disse a pesquisadora à BBC News. “Precisamos fazer muito mais para conservar, como proteger áreas, particularmente o mar. Temos de salvar vastas áreas do oceano e os cardumes de peixes. Isso não significa que devemos parar de comer peixes, mas comer de uma forma sustentável”, afirmou Jane.
O Brasil também participa do encontro e vai pressionar os países ricos para obter recursos em torno de US$ 1 bilhão (R$ 1,6 bilhão) por ano para a preservação ambiental, além de exigir metas globais mais específicas contra a perda da biodiversidade. Outro ponto defendido pela comissão brasileira é a cobrança de royalties pelo uso de recursos vegetais e animais. A ideia é que empresas que utilizam matérias-primas provenientes de nações em desenvolvimento repassem uma parte do dinheiro às comunidades locais.
Nunca aprendemos tanto em tao pouco tempo afirmam alguns cientistas, porem ao mesmo tempo que novas especies sao encontradas, algumas delas ja estao praticamente extintas ou em vias de extincao.
NHANDARA e GARI NO JAPÃO
Estarei participando no dia 20 de Forum Internacional organizado pelos Centros Regionais de Expertise do Japao e no dia 25 do evento COMO A EDUCACAO PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTAVEL PODE AJUDAR A CONSERVACAO DA BIODIVERSIDADE
Segue o link para o Flyer virtual do evento!
Como a Educacão para o desenvolvimento sustentável pode ajudar a convenção da diversidade biológica
http://www.unesco.org/mab/doc/iyb/sideEvent/esd_cbd.pdf
organizado por UNU e UNESCO.
Giacomo Clausi